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Por Mariana Ribeiro, Valor — Brasília


A balança comercial registrou um superávit de US$ 4,548 bilhões em maio, queda de 11,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, pela média diária, segundo números divulgados nesta segunda-feira (1º de junho) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. Foi o pior resultado para o mês de maio desde 2015.

De janeiro a maio, a balança comercial acumulou saldo positivo de US$ 16,349 bilhões, queda de 17,9% sobre o mesmo período de 2019. O montante é o mais baixo para os primeiros cinco meses do ano desde 2015.

As exportações totalizaram US$ 17,940 bilhões no quinto mês de 2020. Pela média diária, houve queda de 4,2% sobre o desempenho do mesmo mês de 2019. Já as importações somaram US$ 13,392 bilhões e tiveram recuo, também pela média diária, de 1,6% sobre maio do ano anterior.

No acumulado de 2020, as exportações somaram US$ 85,301 bilhões, redução de 4,5%, pela média diária, em relação ao mesmo período de 2019. Já as importações ficaram em US$ 68,952 bilhões, baixa de 0,6% na mesma base de comparação.

Em 12 meses, o saldo acumulado foi de US$ 44,081 bilhões. A secretaria estima que a balança comercial registre em 2020 um superávit de US$ 46,6 bilhões, o que representaria queda de 3% sobre o resultado do ano anterior.

 — Foto: Divulgação | GEPR
— Foto: Divulgação | GEPR

O secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, indicou que a queda no valor exportado pelo Brasil em maio é resultado direto “do forte recuo dos preços internacionais”, em função do enfraquecimento da demanda global.

Em documento que acompanha a divulgação da balança comercial, ele nota que, tendo por base o volume exportado, as exportações apresentaram alta de 5,6%, “confirmando o bom desempenho das exportações brasileiras diante da queda generalizada dos embarques internacionais”.

Segundo Ferraz, houve recorde histórico para meses de maio dos embarques de soja (15,5 milhões de toneladas), petróleo em bruto (8,4 milhões de toneladas), açúcares e melaço (2,7 milhões de toneladas), farelo de soja (2 milhões de toneladas), óleos combustíveis (1,6 milhão de toneladas), alumina (789 mil toneladas), carne de aves (373 mil toneladas), carne bovina (155 mil toneladas) e café (216 mil toneladas).

O bom desempenho do volume de exportação no mês de maio foi determinado pela alta expressiva de 36,1% no volume das exportações do setor agropecuário, diz o secretário. Isso está relacionado à “forte competitividade do país nas exportações desta categoria de bens, somada à elevada demanda mundial, sobretudo a asiática”.

Ferraz aponta ainda que “o bom desempenho exportador do agronegócio tem compensado o recuo observado para as exportações de produtos industrializados, conferindo resiliência ao setor exportador nacional e contribuindo para uma queda menos acentuada da atividade doméstica, em um contexto de queda progressiva do PIB global”.

Já pelo lado das importações, a queda moderada foi influenciada principalmente por operações de nacionalização de duas plataformas de petróleo, no valor total de US$ 2,7 bilhões, no âmbito do Repetro. “Excluindo-se as aquisições de plataformas no valor total importado, observa-se que as importações em maio recuaram 21,7% pela média diária em relação a maio de 2019”, completa.

As importações de bens de capital cresceram 144,4% em maio, influenciadas pela aquisição das plataformas. Caíram as compras de combustíveis (- 61,6%), bens de consumo (-24,3%) e bens intermediários (-11%) em relação a maio de 2019.

Destino das exportações

Em maio, as exportações brasileiras para China, Hong Kong e Macau, principais destinos dos produtos brasileiros, subiram 35,2%, pela média diária, em relação ao mesmo mês do ano anterior. As vendas totais para a Ásia avançaram 27,7%.

Na mesma base de comparação, por outro lado, as vendas para a América do Norte caíram 39,6% enquanto as para a América do Sul recuaram 41,8% e para a Europa, 4,3%.

De janeiro a maio, as vendas para a China, Hong Kong e Macau avançaram 15,4% e, para toda a Ásia, 16,8%. As exportações para a América do Norte, por sua vez, diminuíram 23,8%, para a América do Sul, cederam 25,6%, e para a Europa, declinaram 4%.

Projeções

Sem entrar em detalhes sobre uma possível revisão da previsão para o saldo da balança comercial em 2020, Ferraz disse esperar a continuidade “do bom desempenho das exportações do agronegócio, sobretudo com destino à Ásia”, e um recuo mais acentuado das importações industriais do país, “que já vem ocorrendo de forma generalizada”.

A próxima revisão será feita junto com o anúncio dos dados mensais de junho. A projeção atual é de um superávit de US$ 46,6 bilhões para o ano.

O secretário de Comércio Exterior também afirmou que, dado o comportamento em volume das exportações em abril e maio, há “grande possibilidade” de o país ter um desempenho positivo para as exportações no resultado consolidado do segundo trimestre.

Há expectativa, explica, de o país manter-se entre as economias do G20 menos afetadas nas suas relações comerciais com o mundo. “A alta competitividade dos produtos agropecuários exportados pelo Brasil mantém a perspectiva de crescimento deste setor ao longo de todo o ano”, disse, acrescentando que esses produtos têm baixa elasticidade de renda.

“Ainda que o PIB mundial, China inclusive, venha a sofrer uma queda elevada, espera-se que a demanda por produtos agropecuários continue em alta”, completa.

Ferraz afirmou ainda que, por ora, não há mudanças nos fundamentos que justifiquem alterações nas projeções para o fim do ano.

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